quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Antes tarde do que nunca....

Primeiramente, gostaria de pedir desculpas pelo post quase quase no ultimo dia!
Desculpas também por não ter feito nada lindo, poético, inspirador... por enquanto, apenas o que aconteceu na aula do dia 24/09...


Ousar é...

Segundo o dicionário Houaiss, ter a ousadia de; arriscar-se com audácia a; atrever-se, decidir-se.

Essa foi a palavra da aula. Se quisermos fazer algo realmente significante, OUSEMOS!!! Deixemos a bendita sala de estar e atravessemos todos os cômodos do ser! Que eles fiquem mais sujos, mais desorganizados, para que possamos provocar no público, e principalmente em nós mesmos, a desordem, o caos que tanto o teatro procura!
O que procuramos?
Bem, essa é uma pergunta que ainda está bem lá dentro de cada um... enquanto não achamos a resposta vejamos o que foi visto na aula do dia 24/09...

- Foi decidido a data de nosso espetáculo:
DIAS 25, 26 E 27 DE NOVEMBRO
Pois é, apenas dois meses para a apresentação! ( Não se esqueçam que é também aniversario da Adriana )

- Caixinha: Por favor querido colegas, não se esqueçam de levar nesse sábado R$40,00 da caixinha de Agosto e Setembro. A partir de Outubro, R$20,00 para cada um.

- Comissões:
         - Cenário ( que inclui objetos de cena ) : Bruna, Fabul, Ana, Diego, Fabiano e Sabrina.
         - Figurino : Chris, José, Fabul ( again? ) André, Adriana, Naomi e Eduardo.
O figurino e o cenário, apesar de termos as comissões, serão também elaborados a partir das ideias do diretor Felipe.

Na aula passado foi-nos pedido que trouxéssemos ideias para cenário, elementos de figurino e introduzíssemos em uma cena dada pelo Felipe. O resultado foi bom em sua maioria, mas faltou um elemento importantíssimo que estamos trabalhando desde a primeira aula: A LIBIDO, e consequentemente OUSADIA.

Diego e Naomi
Sabrina e Eduardo

                                                                                                         Ana e Beto
Bruna e José

                                                                            Chris e André
 

Para descrever o que aconteceu depois, só mesmo com um discurso livre:

->Qual é o caminho a percorrer no jogo?
-> Não boicotem as regras
 -> Perceber a idéia
 -> Texto pede relação com a libido
 -> Pensar nas questões do desejo
-> Ser radical
 -> romper com os limites 
-> Potencializar 
-> “Quem ama mistura suor com suor” !
 -> Não tenhamos medo de nos jogar
 -> Pensem na plateia ativa!

E não adianta tirarmos tudo isso de nossas cabecinhas..., estudemos!!!

-Nelson Rodrigues Expressionista
         - Nelson Rodrigues Evangelista
                   - Nelson Trágico Rodrigues
                            - Tadeuz Kantor e o teatro da morte

E estudemos muito!!!!

Para finalizar, alguns papeis foram decididos (?)...

1º Ato:
Cena Velorio -> Camarim:
Ana – Adriana – Bruna – Noemi – Sabrina – Samira = coro de mulheres no velório.
André = Jesus Seminu.
Bio = Padre
Foi proposto um caixão branco, velas, e o rosto das mulheres quase todo coberto por um pano preto.

Centro do Palco :
Chris = Virginia
José = Ismael

Cena porta do camarim do teatro 2:
Beto (1) – Eduardo (2) – Diego (3) – Fabiano (4) = negros ( segue se a ordem dos números de acordo com as falas )
Fabul - Elias
Foi proposto aos negros e ao cego terno branco ou preto, chapéu de palha ( não de caipira ), charuto e seminus.

Na próxima aula, experimentaremos tudo que foi proposto...

Lembrando que a base de tudo está na LIBIDO! 






                                                






                                                  








  

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Um poema: Rilke


"Água que se apressa, que corre, — água esquecida

que a distraída terra bebe,

espere um minuto na concha da minha mão,

recordação!




Claro e ligeiro amor, indiferença,

quase ausência indo embora,

entre tanto chegar e tanto partir

treme tua pouca demora." (Rainer Maria Rilke)

Fonte: http://paineldasletras.folha.blog.uol.com.br/  by Lilian N. Takahashi

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Um pouco de ÁGUA....



Água e etimologia


ÁLVARO CUNHA    


 As águas simbolizam a totalidade das virtualidades, elas são as fontes e as origens, a matriz de todas as possibilidades de existência. Água, tu es a fonte de todas as coisas e de toda a existência!, diz um texto indiano, sintetizando a longa tradição védica. As águas são os fundamentos do mundo inteiro, elas são a essência da vegetação, o elixir da imortalidade; elas asseguram longa vida, força criadora e são o princípio de toda a cura. Que as águas nos tragam o bem-estar!, Suplicava o sacerdote védico. As águas, em verdade, curam, elas expulsam e curam todas as doenças!
Princípio do indiferenciado e do virtual, fundamento de toda a manifestação cósmica, receptáculo de todos os gérmenes, as águas simbolizam a substância primordial de que nascem todas as formas e para a qual voltam, por regressão ou por cataclismo. Elas foram no princípio, elas voltarão no fim de todo o ciclo histórico ou cósmico; elas existirão sempre.
Ela pode ser, também, descrita cientificamente como liquido incolor, inodoro, insípido, encontrado nos mares, rios, lagos; em estado sólido, constituindo o gelo e a neve; em estado de vapor visível formando a neblina e as nuvens; e em estado de vapor invisível no ar.
As ÁGUAS PRIMITIVAS, sinônimo da GRANDE DEUSA-MÃE, sempre despertaram o interesse daqueles que ou estudam o misticismo, ou são membros de qualquer religião monoteísta. A simbologia que a água tem é visível desde tempos remotos e fascina grandes civilizações, como por exemplo, os egípcios, os chineses, os babilônios e os hindus.
Precisamos redescobrir os tesouros simbólicos desta tão sagrada fonte de vida, energia e renascimento; para isso, mergulhemos no misticismo que as águas possuem.
No livro do Gênesis, capítulo 1, versículo II está escrito: A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.
Enquanto para nós, hoje em dia, água é somente água; para as antigas civilizações a água, com suas ondas revoltas, foi o símbolo da forma indeterminada, que paradoxalmente podia adquirir todas as formas. Trocando em miúdos, era a desarmonia total que seria transformada em ordem, ser, beleza e harmonia.
Bom, se assim continuarmos raciocinando, veremos que os gregos chamavam ao universo criado de KOSMOS, que quer dizer belezaordemenfeite. Não é preciso estudar a língua grega para saber que a palavra COSMÉTICO significa produto de higieneelegância e beleza, que por sua vez traduz a exata idéia daquilo que os gregos queriam dizer com a palavra universo, ou seja, da DESORDEM surgiu a ORDEM, a BELEZA e a MARAVILHA que é o nosso mundo.
O vocábulo latino MUNDUS revela igual situação à palavra grega KOSMOS, assim: MUNDUS quer dizer limpolindoenfeitadoharmoniosoelegantebem tratado,equipadomobiliado; MUNDUS ficou significando o universo depois da criação, todo adornado e belo. Sua antítese é IMUNDUS, isto é, a sujeira, a imundície, o lixo, adesordem, o caos.
A idéia de caos e desordem possuía uma imagem bem concreta, isto é, a água, o mar, os abismos do oceano.
Ao que tudo indica, Gênesis tem uma simbologia e tanto no trato com a água, mas o que de fato os antigos queriam dizer com a imagem da água?
Os dicionários de simbologia nos revelam que várias culturas e mitos interpretam essa palavra (ÁGUA) quase que da mesma maneira, a saber:
·                   No Egito antigo era simbolizada por caracteres em forma de onda, pente ou ziguezague;
·                   A água é comparada ao caos e à matéria primeira por não possuir forma;
·                   Em Thales de Mileto ela é a origem de todas as coisas;
·                   Segundo a mitologia egípcia, o monte primordial ergueu-se da água primordial (representada pelo deus Nun);
·                   Na tradição indiana, a água carrega o ovo do mundo;
·                   A água, nas culturas indígenas, é na maioria das vezes concebida como um elemento feminino;
·                   Na China associada ao Yin;
·                   Como chuva fertilizadora da terra também pode ser igualada ao semen virile;
·                   A água é símbolo de vida, morte e renascimento;
·                   O dilúvio não trouxe apenas a ruína, conduziu também a arca de Noé para uma nova vida;
·                   Os egípcios esperavam que a água como fluxo que provém de Osíris, libertasse da rigidez da morte;
·                   A deusa babilônica Ishtar precisou descer ao reino dos mortos para buscar a água da vida;
·                   A idéia da Água da Sabedoria é bíblica;
·                   Na psicologia profunda a água escura, insondável, é símbolo do inconsciente. O estado da água pode indicar o próprio sentimento da alma. Goethe:alma do homem, como te assemelhas à água!
Pode-se perceber que a água não é um conceito simples. Nem poderia ser, já que encerra em si a origem do universo.
Para abreviar um pouco mais, vejamos a paleografia, quer dizer, os gráficos antigos, desde os hieróglifos até o alfabeto, a fim de mostrar a imagem visual e simbólica da nossa Mãe-Água.
Observe bem a correlação entre essas idéias: ÁGUA, MÃE, CRIAÇÃO, NASCIMENTO, VIDA.
Em chinês escreve-se a palavra MAR usando dois símbolos: água e mãe. O francês tem o mesmo som para mãe e mar: la mere (mar), la mère (mãe). A letra M é o belo monumento criado pelos antigos, sintetizando toda sua concepção do mundo nascente. Sem conhecer etimologia e simbologia, as crianças chamam por sua mãe com a letra M em cerca de cem idiomas espalhados pelo planeta.
Veja que o M tem a forma de uma onda. Essa letra provém dos alfabetos semitas primitivos, onde M se diz MEM (água). Os semitas, por sua vez, foram buscar essa letra entre os egípcios. Em egípcio, o M se diz MU, MI e significa águaoceano. O hieróglifo retrata com perfeição as ondas do mar.
Nosso M é a simplificação do hieróglifo, mas note uma coisa: o MU egípcio ou M não significa apenas água. Significa também MÃE, SEMENTE, ESPERMA. Nos alfabetos de todas as línguas, a letra M é seguida da letra N, que os semitas denominam NUN e significa peixe e filho.
ÁGUA e PEIXE, MÃE e FILHO estão sempre juntos. Até na ordem das letras do alfabeto.
Ainda acha que é coincidência demais? Então o que nos diz a respeito da mitologia, paleografia, e até da etimologia; coincidentemente as duas letras M e N estão sempre juntas em todos os alfabetos do mundo, recordando o que elas significam.
A HISTÓRIA DA LETRA M
MU — MÁIM = ÁGUAS
Nos hieróglifos egípcios, nos cuneiformes e nos alfabetos antigos

ALFABETO

 ·     SÍMBOLOS: água, peixe, serpente, ondas, vaso com água;
·     IDÉIAS EXPRESSAS PELOS SÍMBOLOS: nada, caos, confusão, indeterminado, sem nome, mundo primordial, cataclismo universal, origem do mundo, vastidão, mãe, filho, nascimento;
 ·     Nossa letra M tem a forma duma ONDA como os gráficos antigos.
 ·     As letras M — N estão sempre juntas porque significam: ÁGUA e PEIXE, MÃE e FILHO.  
Deste modo todas as valências metafísicas e religiosas das águas constituem o conjunto de uma coerência perfeita. Qualquer que seja o conjunto religioso de que façam parte as águas, a função delas é sempre a mesma: elas desintegram, extinguem as formas, lavam os pecados, purificando e regenerando ao mesmo tempo. O seu destino é preceder a criação e reabsorvê-la, não podendo nunca superar a condição do virtual, dos gérmenes e dos estados latentes. Tudo o que é forma se manifesta acima das águas, destacando-se das águas. Em compensação, logo que qualquer forma se destaca das águas, deixando por isso de ser virtual, cai sob a alçada da lei do tempo e da vida; adquire limites, passa a conhecer a história, participa do dever universal, corrompe-se e acaba por se esvaziar de sustância, se não se regenera por imersões periódicas nas águas, se não repete o dilúvio seguido da cosmogonia.
As lustrações e as purificações rituais com a água têm por finalidade a utilização fulgurante daquele tempoin illo tempore em que teve lugar a criação: elas são a repetição simbólica do nascimento dos mundos ou do homem novo. Todo contato com a água, quando é praticado com uma intenção religiosa, resume os dois momentos fundamentais do ritmo cósmico: a reintegração nas águas, e a criação.
Álvaro Cunha  (Linguista/ Professor)
    

domingo, 18 de setembro de 2011

Also sprach Artaud

"O teatro que não está em nada, mas que se serve de todas as linguagens - gestos,
sons, palavras, fogo, gritos - encontra-se exatamente no ponto em que o espírito precisa
de uma linguagem para produzir suas manifestações.

E a fixação do teatro numa linguagem - palavras escritas, música, luzes, sons -
indica sua perdição a curto prazo, sendo que a escolha de uma determinada linguagem
demonstra o gosto que se tem pelas facilidades dessa linguagem; e o ressecamento da
linguagem acompanha sua limitação.
Para o teatro assim como para a cultura, a questão continua sendo nomear e
dirigir sombras; e o teatro, que não se fixa na linguagem e nas formas, com isso destrói
as falsas sombras, mas prepara o caminho para um outro nascimento de sombras a cuja
volta agrega-se o verdadeiro espetáculo da vida.

Romper a linguagem para tocar na vida é fazer ou refazer o teatro; e o
importante é não acreditar que esse ato deva permanecer sagrado, isto é, reservado. O
importante é crer que não é qualquer pessoa que pode fazê-lo, e que para isso é preciso
uma preparação.

Isto leva a rejeitar as limitações habituais do homem e os poderes do homem e a
tornar infinitas as fronteiras do que chamamos realidade."   

Antonin Artaud

Postado por:

Bio

Assuntos que surgem: Quarto de Defunto

O velório no interior pernambucano

Vamos notando que dia a dia o interesse pelas coisas do interior vai aumentando cada vez mais. Já é comum nos jornais e revistas saírem artigos, pinturas das nossas coisas regionais. O povo já vai tomando conhecimento do que acontece dentro de casa, ou seja, no interior propriamente dito, o que era raro o escritor que trazia a lume os nossos costumes regionais. É preciso que se lembre antes de tudo, que, no interior do Brasil e mui principalmente no nordeste, existe muita coisa ainda por se desvendar aos olhos do público. Esta geração renovadora que era luta pelas nossas coisas, vinha aos poucos trazendo belas páginas do nosso regionalismo.

Aqui em Pernambuco, na Zona da Mata, Agreste e Sertão, é muito comum quando um trabalhador entrega a sua alma ao criador, o povo que mora nas adjacências organizarem um "velório", que na linguagem do povo do interior define-se por "quarto de defunto". As pessoas chegam silenciosas, contritas como a ocasião exige. Quase sempre só as pessoas pobres é que fazem quarto a defunto com rezas e ladainhas. É um choro que lembra as capideiras da Índia. Todas as rezas são cantadas, e as vozes em uníssono, se ouvem dentro da noite, a uma distância que varia de conformidade com o ambiente em redor.

Aqui no sul de Pernambuco, na zona canavieira por excelência, quando morre algum morador de engenho, os parentes se dirigem ao delegado de polícia e pedem licença para rezar num "quarto de defunto". Com a permissão do delegado, vão então até a "budega" e compram oito ou dez garrafas de aguardente ruim e um ou dois quilos de bolacha popular ou comum. Passam então a noite toda cantando as ladainhas e ofícios, tomando aguardente e comendo bolacha. Aqui e acolá surge um gaiato que torna o "quarto" menos pesado. Uns e outros começam a contar anedotas de gente que já morreu e que na hora de descer para a cova voltou à vida. A viúva nem tempo tem de chorar. Servindo a uns e outros, às vezes se esquece até do finado. Lá para as tantas da noite, homens e mulheres já meio embebedados, já não sabem o que estão cantando. Há reclamações de algumas, pelo descaso que se está fazendo com o morto. Já ninguém que se entende. Só o pobre do defunto é que não reclama. Deitado numa cama de lona imunda, sem forro, coberto com um "tacaruna", impassível na sua rigidez cadavérica, já começa a exalar um odor nauseabundo que aos poucos vai tomando conta do ambiente. 

Alguém se lembra então de por debaixo da cama uma lata cheia de brasas queimando insenso para amenizar a catinga. Quase todos que chegam ao limiar da porta, fazem logo o "pelo sinal" e fazem as perguntas de praxe; – de que morreu? – é homem ou mulher? E, ato contínuo, descobrem a cabeça do morto. Duas velas de sebo ficam a arder à noite inteira. Canta-se, bebe-se e come-se.
Não sabemos porque motivo ficou arraigado no espírito do nosso povo esse ritual de cantos. Não sabemos a origem. Num "quarto de defunto", aqueles que sabem ler, é que têm a primazia de tirar as ladainhas e ofícios. 

Tirar é o modo de se dizer começar a cantar e o resto acompanha com o coro. Começa então com o Pranto de Nossa Senhora das Dores.

"Estava a mãe dolorosa
....
Enquanto o filho pendia
Sua alma cruel espada,
Que lhe foi profetizada.
Tiranamente faria.

Todos então respondem, numa só voz, que se ouve a quilômetros de distância:
Tende misericórdia Senhora
Tende misericórdia de mim."


Terminado o Pranto de Nossa Senhora das Dores, outro então começa a cantar o Padecimento de Jesus Cristo:

"É uma quinta feira meu Jesus foi para o horto
Foi fazer três horas de oração
Indo os judeus na frente de uma tropa
Indo ela nas horas do capitão

O coro responde:
Misericórdia meu Deus, misericórdia
Misericórdia meu Deus de piedade"


Terminada esta ladainha, outro então começa a cantar uma incelência. É um canto que começa de um até sete ou então dez ou quinze pés, de conformidade com a força dos que estão cantando. Todos os versos se repetem, mudando apenas o número.
A incelência da Virgem do Rosário, nunca deixa de aparecer nestes momentos por ser de devoção de todos. Começam então:

"Uma incelência da virgem do Rosário
Sacrários abertos o senhor saiu fora
Acompanha esta alma que vai para a glória.

Duas incelência da Virgem do Rosário
Sacrários abertos o Senhor saiu fora
Acompanha esta alma que vai para a glória."


E continua assim até sete, dez ou quinze como já disse. Não há coro para resposta. Todos cantam. No silêncio da noite, ouve-se aquela lamúria soturna que faz arrepiar cabelos aos medrosos. A noite já vai bem avançada. Todos cansados de cantarem, beberem e com sono, já não têm mais força para cantar outra ladainha. Vão cantando as incelências que são numerosas por serem de mais fácil interpretação. Outra incelência se faz ouvir:

"Uma incelência pra ele
Desce um anjo do céu vem lhe vê
Espere aí meu anjo do senhor
Eu vou pro céu mais você"


E continuavam como na anterior. Os ânimos já vão se arrefecendo. Ao longe já se divisa a barra do dia que vem quebrando. Vão aos poucos se retirando. Por fim, só restara o morto e a família. Daí por diante, já dia claro é só cuidar do enterro. A alma daquele já foi bem encomendada com tanta ladainha, incelências e ofícios.

É assim o nosso interior. Motivos estes que ninguém sabe de onde vieram. O nosso povo é cheio dessas coisas que bem pouco compreendem. Mas não deixa de ter a sua beleza. É uma demonstração de fé. Fé simples e pura desse povo que tão bem sabe amar a Deus. E por aí afora há muita coisa ainda para se desvendar. Para se dar conhecimento a muitos professores das grandes cidade, que conhecem o mundo inteiro, mas que não conhecem ainda os costumes da nossa gente do interior.
 
("O velório no interior pernambucano". Diário de Pernambuco. Recife, 
29 de dezembro de 1949)
 
 
Bio

 

E Nelson Diz:

"O puro é capaz de abjeções inesperadas e totais e o obsceno, de incoerências deslumbrantes. Somos aquela pureza e somos aquela miséria. Ora aparecemos varados de luz, como um santo de vitral, ora surgimos como faunos de tapete."

By Adriana

Aula Dia 17 de Setembro 2011

Em mais uma tarde de sábado, eis que nos reunimos em nossa tradicional roda inicial para relatarmos as experiências interessantes da semana... E novas dicas teatrais surgem para nós, os apaixonados nos deleitarmos...
Destaque para:



"Absinto", em cartaz no Espaço Parlapatões até dia 29 de setembro, com direção de Cássio Spin.
"O encontro amoroso inusitado entre um zelador e uma atriz é permeado pelos diálogos secos e irônicos do texto Um Bonde Chamado Desejo, de Tenesse Williams."




"As Folhas do Cedro", em cartaz no Teatro Augusta até dia 29 de setembro, com autoria e direção de Samir Yazbek.
"Conta a história de uma mulher que, através de sua memória e imaginação, revisita suas origens, procurando sua identidade."




Como continuação do processo de montagem Anjo Negro, fizemos leitura do 1º Ato (primeiro e segundo quadros), considerando as rubrícas e os nomes dos personagens.

Ao final, foi proposto que respondessemos 3 questões, com o prazo de 10 min. para entregar:



1) Relatar as SENSAÇÕES  sobre o que foi lido no 1º Ato;
2) Citar qual o OBJETIVO de cada personagem?
3) Fazer um PROJETO sobre o espaço CENOGRÁFICO, considerando o teatro 3.



Na aula, cada aluno falou um pouco sobre seu PROJETO. Idéias fantásticas de disposição de cenário surgiram; alguns deles foram:

Estrelas, Anjos, imagens de Santos, véu Negro, Muralhas, platéia num ponto mais alto, Sinos, Poço, Água...



Depois das ideias relatadas...entregamos as outras duas questões para o Felipe.

A etapa seguinte da aula foi a divisão em duplas (casais), proposta por nosso diretor, onde neste exercício deveríamos ler (ainda no 1º Ato), das páginas 16 a 22. O desafio era fazer a releitura da cena e apresentarmos em um dos espaços cenográficos que levantamos; fazer um ESTUDO DE CENA e improvisar a partir dele.
Nesta parte do livro esta a cena entre Ismael e Virgína, em seu primeiro diálogo.
O detalhe importante é que deveríamos incluir o ELEMENTO ÁGUA e manter o CONCEITO DE LIBIDO.

Uma vez, os detalhes expostos, tivemos 30 min para criar a improvisação. Porém, por limitação de tempo, apresentaremos na próxima aula, como a primeira atividade.

Neste meio tempo, entre preparação de cena e finalzinho de aula, o Felipe nos falou sobre como será feita nossa AVALIAÇÃO INDIVIDUAL.
Neste semestre, referente a aula de MONTAGEM, teremos AVALIAÇÕES PERIÓDICAS e não uma somente no final do semestre.
Desta forma, um por um, poderemos ouvir e falar sobre nossos anseios, dificuldades e desejos quanto ao processo e ao espetáculo.

Então, os últimos minutos da aula foram reservados para a avaliação de alguns alunos. A sequencia será dada, também, na próxima aula, inclusive para os que não estavam presentes.

Bem...Acho que é isso...
Fiquem à vontade para incluir algo mais...

"Imagens, Sensações e Desejos em constante Fluxo...Para este Espaço, para o Teatro e para a Vida!"
Beijos,

Adriana.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Aula de Montagem – 10/09/2011

Primeiramente gostaria de pedir desculpas pelo meu protocolo estar bem teórico, não contendo nenhuma imagem da aula, pois acabei dando prioridade em participar dos exercícios juntamente com todos.

Reunião
A reunião deste sábado foi breve, com comentários positivos do Professor Felipe em relação à postagem do protocolo do Bio, que estava bem descrita  e com fotos.
Algumas pessoas comentaram que continuavam com dificuldades para postar e comentar no blog.

Exercício  Corporal
Cada pessoa escolheu um canto da sala para deitar e permanecer de olhos fechados (até o final do exercício), a luz foi apagada e iniciou-se uma música de fundo tipicamente meditativa.  Cada um no seu ritmo, deveria-se levantar lentamente e voltar a deitar numa velocidade contínua voltando para a posição inicial. Repetimos a ação duas vezes e na segunda vez em que ficávamos de pé, deveríamos caminhar pela sala a passos lentos.
Três palavras eram ditas ao longo do exercício: MORAL, AMORAL e IMORAL
Caso entrássemos em contato físico com o próximo, deveríamos estabelecer uma comunicação corporal de acordo com as palavras descritas acima, porém de forma “abstrata” e não “teatral”.
Depois de certo tempo, voltamos a deitar novamente, e o Professor Felipe, pede para que alguns alunos abrissem os olhos e observássemos os nossos colegas efetuarem a ação de deitar e levantar lentamente, apontando a forma correta e a incorreta. Em seguida ouve a troca, aqueles que só observavam voltavam a fazer o exercício e vice-versa, acrescentando-se na atividade o movimento de levantar a cabeça em direção ao teto. E novamente todos voltamos a fazer o exercício, mas desta vez durante a caminhada dentro da sala tínhamos que formar um só conglomerado de corpos, na qual, era sussurrado individualmente as palavras, moral, amoral e imoral.
Na minha opinião, apesar de estarmos interagindo com pessoas conhecidas, o fato de estar de olhos fechados e a interação corporal ser um pouco agressiva, foi o momento mais perturbador e incômodo.
Em seguida, sentamos em roda e fizemos a leitura de um pequeno trecho do texto “Anjo Negro”.
Voltamos a caminhar pela sala, desta vez de olhos abertos e repetindo as frases do texto.
A turma foi dividida em dois grupos (masculino e feminino). As mulheres de pé uma do lado da outra, e os homens do lado oposto na mesma posição. A ação iniciava com as mulheres dizendo num tom religioso, mas ao mesmo tempo com certa ingenuidade os trechos: “Ave Maria Cheia De Graça” e “Pai Nosso Que Estais No Céu”, em seguida, os homens caminhavam no plano médio até a direção das mulheres e em tom provocativo e malicioso, tocava em suas pernas. As mulheres por sua vez deveriam lutar fisicamente e emocionalmente a esses toques masculinos, demonstrando indiferença e dando continuidade aos trechos da oração.

Leitura 
Após o exercício corporal, voltamos a sentar em roda, e desta vez dividimos as falas somente do trecho lido anteriormente (senhoras no velório).
Praticamos as falas várias vezes com a orientação do Professor Felipe, como o sentido da frase, entonação e ritmo. 

Em seguida fizemos a leitura de um trecho do texto chamado “Desejar”, com comentários explicativos do Professor Felipe.

Segue abaixo um trecho do texto:
“Desejar é a coisa simples e humana que há. Por que, então, para nós são inconfessáveis precisamente nossos desejos, por que nos é tão difícil trazê-los à palavra? Tão difícil que acabamos mantendo-os escondidos, e construímos para eles, em algum lugar em nós, uma cripta, onde permanecem embalsamados, à espera”

                                                                         Lilian Naomi Takahashi



terça-feira, 13 de setembro de 2011

O Desejo


A libertação do desejo conduz à paz interior 
Autor: Lao-Tsé


Não se deseja aquilo que não se conhece 
Autor: Ovídio



domingo, 11 de setembro de 2011

Desejo Carnal...

"Fogo dentro do peito
Que sensualmente tece
Um descontrolado impulso
Que sem jeito
Habita na memória
Ate que ela decide
Desistir de ser racional
Para ser apenas carnal.
Desejo que ascende
Como se fosse veneno
Que te adormece…
Não se consegue omitir
Para que resistir!
Num local eminente
Que melhora sempre,
O teu estado espiritual,
Revigora o corpo
Desvanece a mente.
É impressionante,
Quando se sente
Dia após dia
Sem cessar
Um toque
Um sorriso
Um olhar.
Um beijo
Dois corpos
Um desejo.
De amar…
Somente amar."
(Anônimo)
 
By Adriana

 
 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Para pensar e debater....


"O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda." - Nelson Rodrigues


“A arte não é moral nem imoral, mas amoral” - Oscar Wilde

Moral

1. conjunto dos costumes e opiniões de um indivíduo ou de um grupo social respeitantes a comportamento;
2. conjunto de normas de conduta consideradas mais ou menos absoluta e universalmente válidas;
3. FILOSOFIA domínio da filosofia que se ocupa dos problemas relativos à conduta do homem na sua vida pessoal e na sua vida social;
4. teoria, geralmente considerada normativa, do dever e do bem;
5. tratado sobre o bem e o mal;
6. sistema particular de ética (estóica, cristã, kantiana, existencial, etc.);
7. ética.

nome masculino
1. conjunto das funções psíquicas;
2. conjunto dos fenômenos da vida mental, por oposição à vida do corpo;
3. estado de espírito;
4. nível de tonicidade individual ou coletiva (da depressão profunda à confiança plena).

adjetivo
1. referente aos costumes, ao psiquismo, à moral ou ética;
2. que é de ordem espiritual e tem valor espiritual (os valores morais);
3. que é conforme às regras da ética;
4. que respeita ao estudo filosófico do bem e do mal.

(Do latim morale-, «relativo aos costumes»)

Imoral
adjetivo
1. contrário à moral ou às regras de vigentes numa dada época ou sociedade;
2. que não tem moral; indecoroso; indecente; vergonhoso;
3. contrário ao pudor ou à decência; libertino; devasso; escandaloso.

Amoral

adjetivo
que supõe a ausência de toda a obrigação moral.


http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa

Bio

O que rolou na aula do dia 03 de Setembro

A última aula começou com a formação de uma roda para conversar e discutir os assuntos do dia.
Falamos sobre essa atividade de relatar no blog o que fazemos nas aulas, o chamado:
Protocolo da aula. E foram definidos os responsáveis pelo protocolos das próximas semanas.

Dia de decidir qual peça vamos montar. A entrega do projeto da turma deveria ser feito hoje, dia 09 de Setembro, por isso mesmo sendo colocado ao grupos opções de outros textos
(O balcão/Como o vento) devido à urgência da decisão, a escolha ficou entre os textos Psicose e Anjo Negro, textos que tinham sidos trabalhados pela turma para as atividades na aula.


Uma discussão que surgiu, se a escola permite, dependendo da montagem, o uso de cenas de nú nas montagens. A escola acha melhor não permitir, porque pode causar um mal-estar em relação à platéia que normalmente assiste as peças das mostras na escola, diversidade dos alunos em relação à idade e etc... A platéia mais comum são os pais, amigos, parentes e etc.


Começando os trabalhos do dia, a turma foi dividida em dois grupos. A proposta foi montar cenas das peças Psicose e Anjo Negro, com a condição de usar a seguinte sintaxe na elaboração das cenas:

1. Montar uma imagem inicial (estática) +  Usar os textos distribuídos
    (Voz ou Dramaturgia Sonora);
2. Formar uma nova imagem estática + texto + contato com o público + nova imagem;
3. Dependendo da cena criada, seguindo o texto da peça usada no exercício, usar o conceito de "Desejo da Carne" - no caso do Psicose e "Sermos Imoral" no caso de Anjo Negro.

O exercício começou sendo feito pelos 2 grupos com cenas para a peça Psicose.
As cenas criadas deveriam ter de 5 a 8 minutos de duração.
Foi dado 30 minutos para criação das cenas, seguindo a sintaxe proposta.




Depois do trabalho de criação, as cenas foram apresentadas para a turma.

Logo em seguida, começou o mesmo trabalho, mas com cenas da peça Anjo Negro.



Criadas e apresentadas as cenas, a turma se reuniu novamente em círculo,
o prof.Felipe leu para turma um trecho de Hamlet, cena II:

"HAMLET — Tem a bondade de dizer aquele trecho do jeito que eu ensinei, com naturalidade.
Se encheres a boca, como costumam fazer muitos dos nossos atores, preferira ouvir os meus versos recitados pelo pregoeiro público.
Não te ponhas a serrar o ar com as mãos, desta maneira; sê temperado nos gestos, por que até mesmo na torrente e na tempestade, direi melhor, no turbilhão das paixões, é de mister moderação para torná-las maleáveis.
Oh! Dói-me até ao fundo da alma ver um latagão de cabeleira reduzir a frangalhos uma paixão,
a verdadeiros trapos, trovejar no ouvido dos assistentes, que, na maioria, só apreciam barulho e pantomima sem significado.
Dá gana de açoitar o indivíduo que se põe a exagerar no papel de Termagante e que pretende ser mais Herodes do que ele próprio. Por favor, evita isso.

PRIMEIRO ATOR — Vossa Alteza pode ficar tranqüilo.

HAMLET — Também não é preciso ser mole demais; que a discrição te sirva de guia; acomoda o gesto à palavra e a palavra ao gesto, tendo sempre em mira não ultrapassar a modéstia da natureza, porque o exagero é contrário aos propósitos da representação, cuja finalidade sempre foi, e continuará sendo, como que apresentar o espelho à natureza, mostrar à virtude suas próprias feições, à ignomínia sua imagem e ao corpo e idade do tempo a impressão de sua forma.
O exagero ou o descuido, no ato de representar, podem provocar riso aos ignorantes, mas causam enfado às pessoas judiciosas, cuja censura deve pesar mais em tua apreciação do que os aplausos de quantos enchem o teatro.
Oh! já vi serem calorosamente elogiados atores que, para falar com certa irreverência, nem na voz, nem no porte mostravam nada de cristãos, ou de pagãos, ou de homens sequer, e que de tal forma rugiam 

e se pavoneavam, que eu ficava a imaginar terem sido eles criados por algum aprendiz da natureza,
e pessimamente criados, tão abominável era a maneira por que imitavam a humanidade.

PRIMEIRO ATOR — Quero crer que entre nós tudo isso está bem modificado.

HAMLET — Faze uma reforma radical! Que os truões não digam mais do que o que lhes compete,
pois há deles que vão a ponto de rir, somente para provocarem riso aos parvos, até mesmo em passagens com algo merecedor de atenção. É vergonhoso, sobre revelar ambição estúpida por parte de quem se vale de semelhante recurso. Vai aprontar-te. (Entram Polônio, Rosencrantz e Guildenstern) 

Então, senhor, o rei irá ouvir a nossa peça?........"

Questões apresentadas para a turma:

Como o artista interfere na obra que monta?
Qual seu hiper-objetivo?

Devemos nos preocupar mais com a forma ou com o conteúdo do que estamos criando/montando?

Depois de tudo isso, abriu-se votação para saber que peça seria montada afinal. Pelo número de alunos presentes, a votação ficou empatada.
A decisão ficou com o prof. Felipe que disse teria o maior prazer de montar qualquer uma das peças com a turma, mas baseado em tudo que foi produzido em aula,
a peça escolhida foi Anjo Negro.

Que começem os trabalhos.....Anjo Negro nos espera.

Bio

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Teatro! É hoje!

Tenho muitas fotos informações e fotos da nossa última aula. Duelo de cenas entre Psicose e Anjo Negro. Mas antes, indicações de peças feitas pelo Felipe:

DICA 1 - Breviário – Gota D’água
Georgette Fadel Volta Aos Palcos

O espetáculo “Breviário – Gota D'água”, com direção de Heron Coelho, é uma livre adaptação dos textos Medéia, de Eurípedes e Gota D'água, de Chico Buarque e Paulo Pontes.
De acordo com o diretor, a adaptação conta com algumas importantes referências e ideias sobre a transposição de uma tragédia grega para a realidade brasileira contemporânea. Na montagem, isso é representando através da miséria urbana carioca, tendo como pano de fundo as agruras sofridas pelos moradores de um conjunto habitacional.
Ao contrário das encenações anteriores em palco italiano, desta vez o formato é de arena, permitindo uma forte interação do elenco com o público. “A opção pela arena foi feita para enfatizar os conceitos de dualidade contidos no texto: O bem e o mal, homem e mulher, oprimido e opressor, as diferenças sociais. Dessa forma, vamos evidenciar também a relação público/ator”, explica o diretor.
Os atores são acompanhados pelos músicos Miró Parma e José João Pitta. A iluminação é da diretora Cibele Forjaz, da Cia Livre de Teatro. Após o espetáculo, Georgette Fadel, vencedora do Prêmio Shell de Melhor Atriz pela montagem, apresenta o show “Um Grito Solto No Ar: Gianfrancesco Guarnieri”, onde canta músicas do dramaturgo e ator mescladas com fragmentos de peças importantes e alguns textos inéditos de Gianfranceso Guarnieri.

Breviário – Gota D'água
Teatro Coletivo - Rua Consolação, 1623 - Consolação, São Paulo
Tel.: (11) 3255-5922
Terças, às 20h
Este espetáculo não é recomendado para menores de 12 anos

PS: Em cartaz até final de Setembro!
fonte: http://www.globoteatro.com.br/em_cartaz/index/842/12/Breviario_%E2%80%93_Gota_D%E2%80%99agua

DICA 2 - Macumba Antropófaga

Temporada: De 20 de agosto a 02 de outubro, sempre aos sábados e domingos.
Horário: 16h30.
Ingressos dízimos: R$ 50,00 (inteira), R$ 25,00 (meia) e R$ 10,00 (moradores do Bixiga, mediante comprovação de residência).

Local: Teatro Oficina (Rua Jaceguai, 520, Bixiga. Tel: 11. 3106-2818).
Capacidade: 350 pessoas.
Venda de Ingressos: Na bilheteria do Teatro Oficina com duas horas de antecedência ou antecipadamente pelo site.*
Indicação etária: 16 anos.

A Macumba Antropófaga é:

Incorporação cênica do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, que nasce em 16 de agosto sob a direção de José Celso Martinez Corrêa.
Numa rítmica religiosa capaz de fazer acontecer a troca de terrenos entre o ser terreno Silvio Santos e os que têm poder no Estado, o coro de atuadores e protagonistas da Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona, regido por Zé Celso Martinez Correa, faz nascer no Bixiga no próximo dia 16 de agosto, às 21h, a Macumba Antropófaga Urbana de SamPã. Após a estreia, a grande festa urbana segue em temporada a partir do dia 20 de agosto, sempre aos sábados e domingos, às 16h30, até 02 de outubro.
Os artistas do Oficina vão criar com a multidão de bichos humanos presentes um labyrinto de roteiros de iniciação antropofágica, transmutando os tabus dos Grupos de Ódio em totens. Para isso cozinham música, teatro, gastronomia, vídeo, dança, feitiçaria e artes plásticas, na reconstrução do elo perdido entre os índios arcaicos e o Cyber Teatral, o Bárbaro Tecnizado.

Bio

domingo, 4 de setembro de 2011

Um pouco de Clarice...

"Porque o tédio é de uma felicidade primária demais! E é por isso que me é intolerável o paraíso. E eu não quero o paraíso, tenho saudade do inferno! Não estou à altura de ficar no paraíso porque o paraíso não tem gosto humano!" (Clarice Lispector - Paixão Segundo GH)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Instalações e reflexões...


Samira Lima


Bruna Alves




Diego Kiam




Naomi Takahashi 



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Oi! Como não estou conseguindo comentar no lugar apropriado, vou escrever aqui embaixo das fotos postadas pela Naomi!!! :)

o desafio de criar as instalaçôes foi realmente supreendente....

para nós, visitantes, a surpresa das sensações e depois, tantas coisas que foram conversadas, abertas e descobertas...
nas minhas anotações soltas, encontrei:
"como a moral influencia nossos olhos..."
"tudo isso convive no meu espaço"
"o que está dentro da gente"
"corpos mutilados"
"desejo de entregar partes de nós"
"mundos diferentes"
Bjs, Chris